O Outro
Sartre disse, certa vez, que o inferno é o outro pois os julgamentos e críticas vindas desse outro nos torturariam... Penso comigo que ele, em parte, acertou e que , em parte, errou ao dizer isso.
Sartre não errou quando falou sobre a existência de uma relação entre o outro e uma situação interna infernal. A maneira como nós nós relacionamos conosco mesmo, com Deus e com as outras criaturas dita o estado de espírito do qual desfrutaremos ou pelo qual sofreremos por toda a eternidade, de fato. Mas penso que Sartre errou ao afirmar ser o outro o inferno.
O outro é aquele que tem potencial para me aproximar de Deus por que Deus é o totalmente outro. Olhando para fora de mim mesma em direção a uma criatura que carrega uma centelha divina por ter sido, como eu, criada a Imagem e semelhança de Deus, eu começo a percorrer o caminho que me colocará em paz com Ele, comigo e com todas as outras criaturas. Eu me aceito como sou e não desprezo sua sabedoria ao me criar da maneira que criou. Eu reparto a Graça que encontrei com todos os que estão ao meu redor. Eu construo uma vida sobre a rocha do amor humilde e da paz.
Não, o outro não é inferno... Por que inferno ou céu começam em nossas almas aqui nessa terra ao tomarmos decisões que nos tornam criaturas infernais ou celestiais. As mesmas decisões, se tomadas em obediência a verdade e do amor ao próximo, nos transformam em criaturas celestiais.
No final, o outro pode nos levar ao céu ou ao inferno, dependendo das nossas decisões cotidianas em relação a ele. Eu decido plantar harmonia em relação a mim, a Deus e as outras criaturas. Dessa maneira, a porta dos céus estará aberta para mim desde agora.
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